O Último Pôr-do-Sol: A Resistência em Lanzerath Antes da Escuridão

Em 16 de dezembro de 1944, enquanto o sol se punha sobre as Ardenas, o Pelotão de Inteligência e Reconhecimento de Lyle Bouck se preparava para enfrentar o que seria seu maior desafio. A vila de Lanzerath, um pequeno ponto no mapa belga, tornou-se o cenário de uma das batalhas mais impressionantes da Batalha do Bulge. Bouck, com apenas 18 homens, enfrentaria uma força de cerca de 500 soldados alemães.

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Lyle Bouck

O dia começou como qualquer outro naquela fria e tranquila região das Ardenas, mas, à medida que as sombras da noite avançavam, o som da artilharia se aproximava. “Ouvimos os primeiros disparos à distância, e sabíamos que algo grande estava por vir,” recordou um dos soldados do pelotão. Bouck, ciente da gravidade da situação, ordenou que seus homens fortificassem suas posições o melhor que pudessem.

Os soldados alemães, parte da ofensiva da Operação Wacht am Rhein, marcharam com determinação para romper a linha aliada. A pequena força americana estava em clara desvantagem numérica, mas tinha algo que os alemães subestimaram: a determinação de lutar até o fim. O “último pôr-do-sol” foi testemunha de um combate brutal, onde cada minuto se arrastava como uma eternidade.

“Sabíamos que estávamos isolados, mas não havia para onde correr,” Bouck disse em entrevista anos mais tarde. A resistência de seu pelotão foi tão intensa que os alemães, acreditando que enfrentavam uma força muito maior, hesitaram em avançar. Os americanos, entrincheirados, utilizaram rifles, metralhadoras e granadas para retardar o avanço inimigo, infligindo pesadas baixas nas tropas alemãs.

À medida que a noite caía, os alemães tentaram repetidamente romper as defesas americanas, mas Bouck e seus homens mantiveram sua posição. Mesmo com munição limitada e nenhum reforço à vista, o pelotão de Bouck resistiu por quase 24 horas, tempo suficiente para atrasar o avanço alemão e permitir que as forças aliadas se reorganizassem em outras partes da linha de frente.

O heroísmo demonstrado em Lanzerath não impediu que a vila fosse eventualmente tomada, mas o impacto de sua resistência foi sentido em toda a frente de batalha. O “último pôr-do-sol” sobre Lanzerath tornou-se um símbolo da bravura e do sacrifício dos poucos que enfrentaram muitos em um dos momentos mais críticos da guerra.

Fonte: Livro O Longo Inverno – Alex Kershaw

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