O Soldado SS Que Nunca Esqueceu os Horrores da Guerra

Franz Kneipp, um oficial subalterno da SS e músico nas horas vagas, tornou-se uma figura central entre seus companheiros de prisão. Durante o cativeiro, ele relatava com brutal honestidade suas experiências nas linhas de frente do Leste Europeu, sem saber que suas palavras estavam sendo gravadas em segredo por seus captores.

Kneipp descrevia com detalhes o que viu e fez após um ataque brutal de guerrilheiros soviéticos a um comboio de soldados alemães feridos. Movidos pela sede de vingança, os membros da 1ª Divisão Panzer SS “Leibstandarte SS Adolf Hitler” capturaram os responsáveis perto de Nóvgorod. “Pegamos os prisioneiros e os levamos a um buraco de extração de areia. De todas as direções, abrimos fogo com metralhadoras e pistolas”, confessou ele.

Apesar do cenário devastador do Front Oriental, Kneipp também falou das intensas batalhas em outro cenário sangrento: Normandia. Ferido gravemente em 9 de julho de 1944, ele foi capturado pouco depois. Em seus relatos, ele descreve um episódio que mostra a brutalidade da guerra. “Um radiotelegrafista saltou comigo na trincheira e foi atingido. Logo depois, um mensageiro motorizado se juntou a nós, mas também foi ferido. Eu fiz curativos em ambos. Então, apareceu um americano com duas caixas de munição. Mirei bem e bang, acabou. Depois, atirei contra as janelas de onde vinham os tiros. Usei os binóculos, vi um lá dentro, peguei a metralhadora, mirei e pronto, acabou.”

Depois da guerra, Kneipp parecia profundamente afetado pelos horrores que testemunhou e causou. Ele assinou uma fotografia no pós-guerra com a frase: “Guerra! Nunca mais! Paz para sempre!” Essas palavras contrastavam com as ações e os relatos de seus dias de combate, deixando claro o peso que carregava.

Franz Kneipp sobreviveu à guerra, dedicando o resto da vida a salvar vidas como instrutor de primeiros socorros da Cruz Vermelha. Ele faleceu em Wiesbaden, Alemanha, em 12 de outubro de 2002, aos 91 anos, longe do campo de batalha que tanto marcou sua existência.

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