O Colapso em Wadi Akarit

No início de abril de 1943, a guerra no norte da África se aproximava de um ponto decisivo. A linha defensiva de Wadi Akarit, que se estendia da costa ao oeste, representava a última barreira significativa para as forças do Eixo na Tunísia. Ali, o General Messe organizava o que restava da Primeira Armata Italiana, formada por divisões alemãs e italianas desgastadas após as batalhas de Mareth e El Hamma.

Desde janeiro, a linha de Wadi Akarit vinha sendo preparada como uma posição de recuo para as forças de Rommel. No entanto, a retirada apressada e as batalhas exaustivas já haviam enfraquecido significativamente as tropas. A nova posição defensiva, que se estendia por apenas 24 km, era vulnerável, especialmente nas planícies ao redor, onde os tanques de Montgomery podiam facilmente avançar.

O Avanço Aliado

Em 30 de março de 1943, o X Corpo do 8º Exército Britânico chegou às defesas de Wadi Akarit. Montgomery, evitando ataques imediatos, optou por uma estratégia cuidadosa. A ideia era desgastar o inimigo e forçá-lo a recuar diante de uma ofensiva massiva.

Na madrugada de 6 de abril, a batalha começou com um intenso bombardeio aéreo e de artilharia. A ofensiva aliada concentrou-se no setor central, defendido pelas divisões italianas Trieste e Spezia. “A resistência foi brutal,” relatou um soldado britânico. “Parecia que a terra tremia com o fogo dos canhões.” Durante horas, os combates corpo a corpo dominaram o campo de batalha, e as divisões italianas foram forçadas a ceder terreno. A situação da divisão Spezia era crítica, com baixas severas após o confronto com duas divisões inimigas.

No final da tarde, com a linha do Eixo fragmentada, Messe, em conjunto com Von Arnim, ordenou a retirada para a linha de Enfidaville, 250 km ao norte. Aproximadamente 7.000 soldados do Eixo foram mortos ou capturados, enquanto o 8º Exército sofreu 1.289 baixas. “Fomos pressionados de todas as direções,” admitiu um oficial italiano. “Não havia mais como manter a posição.” Embora tenham conseguido recuar, as forças do Eixo estavam seriamente enfraquecidas.

O Fim Iminente

Enquanto as forças do Eixo se retiravam, os Aliados aumentavam a pressão no norte. O General Anderson, liderando o 1º Exército Britânico, avançava contra o 5º Exército Panzer, enquanto o II Corpo dos EUA movia-se em direção à costa norte da Tunísia. No dia 12 de abril, as principais formações do Eixo se reorganizaram em Enfidaville, mas a situação era desesperadora. As forças aéreas aliadas dominavam o espaço aéreo, e a supremacia material dos Aliados se tornava inegável.

Mussolini, ciente da situação crítica, encontrou-se com Hitler em 7 de abril para discutir o futuro da campanha. A Itália estava esgotada após anos de guerra na África e na Rússia. “Nossos homens estavam no limite,” confidenciou um oficial italiano. “Sem equipamentos e reforços adequados, não havia como continuar.” Mussolini propôs que Hitler buscasse a paz com os soviéticos, permitindo que ambos concentrassem seus esforços no Mediterrâneo. Contudo, o Führer rejeitou a sugestão, acreditando que a Tunísia ainda poderia ser defendida.

Essa recusa marcou o início do colapso da aliança entre Itália e Alemanha. Com a iminente derrota no norte da África, a Itália enfrentava a ameaça de invasão, incapaz de resistir sem a ajuda decisiva da Alemanha. Em meados de 1943, os eventos que levariam à queda de Mussolini e à rendição italiana começaram a se desenrolar, mudando definitivamente o curso da guerra no Mediterrâneo.

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