80 Anos da Primeira Ação da Força Expedicionária Brasileira

No último dia 6 de setembro de 2024, comemoramos 80 anos de um marco na história militar do Brasil: a primeira ação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra Mundial. Em meio ao complexo cenário do teatro de operações na Itália, a participação brasileira emergiu como um elemento crucial nas ações das forças aliadas contra o exército nazista.

A 1ª Companhia de Engenharia de Combate, sob o comando do Capitão Floriano Moller, desembarcou em território italiano em 16 de julho de 1944, integrando o 1º Escalão da FEB. Pouco depois de sua chegada, a unidade foi submetida a um treinamento exaustivo, supervisionado pelo 5º Exército Americano, com foco em técnicas essenciais de engenharia, como a construção de pontes Bailey e a desativação de explosivos. Esse treinamento não era apenas uma formalidade, mas uma necessidade imposta pela guerra. À medida que os alemães se retiravam pela Toscana, deixavam um rastro de destruição, destruindo pontes e minando as estradas, atrasando o avanço das tropas aliadas.

A primeira ação de combate da FEB ocorreu em 6 de setembro de 1944, quando a missão da Engenharia Brasileira se mostrou decisiva. A tarefa era desarmar explosivos plantados em pontes estratégicas e, em seguida, lançar as pontes Bailey sobre os rios que barravam o avanço do 5º Exército. A primeira ponte foi instalada em Montecalvoli, sobre os destroços de uma ponte destruída no canal Usciana, afluente do rio Arno. Concluída no Dia da Independência do Brasil, 7 de setembro, essa obra foi batizada simbolicamente de “Sete de Setembro”.

A segunda ponte, erguida em Santa Maria a Monte, foi nomeada “Entre Rios”, em referência à cidade de acantonamento no Rio de Janeiro antes da partida para a Itália. Essa obra de engenharia militar permitiu que as forças aliadas superassem as barreiras físicas deixadas pelo inimigo e avançassem em direção ao norte.

O impacto dessa operação de engenharia transcende sua execução técnica. A ação não apenas garantiu a continuidade do avanço aliado, mas também marcou o início da participação ativa da FEB na luta contra o fascismo na Europa. A presença brasileira no campo de batalha, simbolizada pela superação de obstáculos aparentemente intransponíveis, refletia o compromisso e a coragem de uma nação que, pela primeira vez, participava de uma guerra global tão brutal.

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